O segundo dia do BRATESTE teve 7 palestras, duas a menos do que o primeiro dia. Mas nem por isso deixou a desejar, pelo contrário, foi mais um dia para conhecer e aprender mais sobre Teste e Qualidade de Software.
Vamos então começar a cobertura do segundo dia do BRATESTE 2009. Boa leitura!
Test Outsourcing – Martin Pol – Polteq International Testing Services/Holanda
Começamos mais um dia com a presença de Martin Pol no palco. Dessa vez para falar sobre a terceirização de teste (famoso Test Outsourcing).
O primeiro e último slides da apresentação de Martin, tinham as fotos de Romário, Ronaldo e Alex (Chelsea). Muitos podem está se perguntando: Mas que por que diacho esse gringo colocou a fotos desses três?
O motivo é simples, os jogadores de futebol são uns dos melhores exemplos do bom funcionamento e benefício da terceirização. Se você ainda não está satisfeito com essa analogia, e ainda se pergunta: Por que terceirizar o Teste de Software?
Martin Pol poderia fazer uma lista com 40 motivos, mas sabendo que ele não seria o único palestrante do dia, citou apenas os principais, que são eles:
- Usar a capacidade de outras pessoas;
- Equipe independente;
- Foco no core do negócio;
- Redução de tempo perdido;
- Falta de recursos;
- Transferir funções de negócios para um parceiro externo.
Ops… quase esqueci de um, a REDUÇÃO DE CUSTO (calma não estou gritando, apenas enfatizando esse motivo que acredito que nenhum gerente deve ligar).
Bem, agora você pode está maravilhado com a “descoberta” de Martin Pol, e falando: “Esses gringos são fo#!%* mesmo”. Mas muita calma nessa hora, a terceirização é algo comum, antigo e natural. Exemplo disso, são alguns pássaros que fazem ninhos para outros pássaros. E ainda temos outros exemplos da construção civil e aviação.
E lógico que quando a terceirização ganha o mundo de TI, logo surgem novos termos e ela é classificada:
- Off-shoring:
- Co-sourcing:
- Business Process Outsourcing:
- Joint Venture:
- Right-sourcing:
- Blended sourcing;
- Near-shoring;
- Home shoring.
Bem, para encerrar essa longa cobertura da palestra de Martin, vou deixar alguns conselhos e experiência que Martin Pol disse:
- Há uma grande dificuldade no idioma, principalmente na Europa, onde mais de 23 idiomas são falados;
- Gerenciamento e controle, gerenciamento e controle, gerenciamento e controle, gerenciamento e controle, gerenciamento e controle são muito importantes (o Martin repetiu muitas vezes essas duas palavras);
- Dosar a rigidez e flexibilidade do processo;
- Tenha uma direção, antes de entrar na terceirização;
- Defina uma estratégia, selecione um fornecedor, crie o contrato, se preocupe com a transição e administre e monitore a terceirização;
- O retorno do investimento demora em média 1 ano;
- Tenha mais de um fornecedor, mas não muitos.
- Torne-se especialista;
- Pense sobre o divórcio antes de assinar o contrato.
Como vocês puderam perceber, eu nem gostei dessa palestra, na verdade só achei um pouco longa demais (1h30min). Mas foram 90 minutos muito bem gastos. 🙂
Automação de Testes de Má Qualidade: Como Evitar – Leonardo Molinari MZP/Brasil
Grande Molinari! Estava ansioso para ver o que ele tinha a falar, afinal ele é um dos grandes nomes da nossa área aqui no Brasil.
Durante a sua apresentação, ele falou sobre os seguintes assuntos: automação não resolve tudo, mas é uma grande ajuda; automação de testes precisa ser aprendida corretamente; automação de teste não substitui uma equipe de testes; nem tudo pode ser testado, mesmo usando automação; nem tudo que pode ser testado precisará de automação.
Bem, minha impressão foi que mesmo com o Leonardo dizendo que não ia “chover no molhado”, acabou chovendo no molhado. Porém, levantou pontos importantes, como:
- Não podemos falar que uma ferramenta é uma porcaria, sem antes a estudar direito;
- Sempre é possível melhorar;
- Ir sempre além da ferramenta;
- Estudar, estudar e estudar;
- O testador manual não vai morrer, devido ao seu conhecimento sobre o negócio.
No final da apresentação, Molinari ainda revelou uma surpresa (tcharam!)…seu novo livro sobre Testes de performance, que em breve estará nas melhores livrarias do país (hehe).
Experiência de testes com Alta Automação: A Experiência da Falabella Chile – Jorge Maturana Palma (Falabella)/ Chile
Nessa palestra, Jorge Maturama falou sobre o caso de sucesso da Alta Automação, implantada pelo grupo HDI (o do Marco Bassi). Mostrando um pouco das suas expectativas com o Teste de Software, o uso da ISO-IEC 926 e ainda a importância dos usuários estarem felizes com o produto entregue.
O interessante da palestra foi o fato de uma empresa brasileira, ter ganhado a licitação do projeto, concorrendo com grandes empresas multinacionais como IBM e Accenture. E com uma solução inovadora que é a plataforma de Alta Automação do grupo HDI (que foi apresentada no primeiro dia).
Casos de testes: como, por que y para que – Marcelo de los Santos/Uruguai
O Marcelo é o diretor da diretoria da ALATS no Uruguai, a primeira diretoria fora do Brasil. E apresentou a sua experiência com Teste de Software, focando no uso dos casos de testes, mas também comentando sobre: checklist e uso de máquinas virtuais para a montagem dos ambientes de teste.
Algo interessante que notei, foi o fato, de países diferentes enfrentarem os mesmos problemas. Logo surgi uma necessidade em comum, e alianças e trocas de informações podem e devem ser feitas. O que mostra que a tentativa da ALATS em atingir a América Latina é muito válida.
Benefícios da utilização de Testes Exploratórios em projetos Offshore e Onshore – Aderson Bastos de Souza – Stakeholder Consultancy Services/Brasil
Duas coisas me impressionaram nesta palestra:
- Eu pensava que o Aderson Bastos era da mesma faixa de idade do Emerson Rios e Trayahú Moreira, quando na verdade, ele é bem novo, deve ter uns 30 anos no máximo;
- O uso de Testes Exploratórios como uma forma de alcançar o sucesso em projetos de teste.
Uma das melhores palestras do BRATESTE, teve início com a apresentação dos conceitos de Teste Exploratório. E logo em seguida o Aderson mostrou dois casos de sucesso usando Testes Exploratórios, um offshore (para Nova York) e outro onshore (para uma grande empresa).
Na minha opinião, o Aderson Bastos conseguiu tirar leite de pedra em ambos os projetos. Pois nos dois a especificação quase não existia, e o pouco que havia era bem desatualizada e inconsistente. Tornando o processo de teste muito complicado e difícil.
E tais cenários demandavam do uso de Testes Exploratórios, que realizados pela sua competente equipe, conseguiram trazer bons resultados, tendo o foco na cobertura dos requisitos do negócio, que eram o pouco de documentação que existia nos projetos.
E com o decorrer dos projetos o Aderson Bastos conseguiu mudar a visão dos clientes sobre o Teste de Software, e fazer-los ajudar no teste também. Além de conseguir aumentar o esforço de teste de 2% para 10%, o que ainda é pouco, mas já é um bom salto para dois anos de projeto.
O mais interessante da palestra, foi a superação do grande desafio que a empresa do Aderson teve, um desafio que muitas empresas indianas tiveram medo de enfrentar. O que mostra que nós brasileiros podemos oferecer Teste de Software melhor do que outros países, principalmente, quando é necessário criatividade para superar os desafios.
Behaviour-Driven Development: A nova Era do Test-Driven Development e Acceptance Test-Driven Development. Com exemplos em Concordion e JBehave 2 – José Paulo Levandovski Papo – BRQ IT Services/Brasil
O que falar de uma palestra, que antes do seu início, você já tem a certeza de que vai ser muito boa. Afinal, no palco está José Paulo Levandovski Papo, o famoso José Papo.
A palestra foi uma verdadeira aula sobre: Test-Driven Development (TDD); Behavior-Driven Development (BDD); e o Acceptance Test-Driven Development (ATDD). Apresentando os conceitos, benefícios e dificuldades de cada prática. E ainda mostrou alguns exemplos, usando ferramentas como o Concordion.
Os pontos mais importantes levantados pelo Papo, foram:
- Os testes unitários são feitos pelos desenvolvedores e são de grande valor na prevenção dos defeitos;
- É possível fazer o teste de aceite antes do sistema está totalmente pronto;
- É muito importante envolver os stakeholders;
- Com o BDD, qualquer pessoa pode entender o teste;
- Com o uso do ATDD, cria-se uma especificação executável.
E como toda boa aula, o professor nos deixou, de maneira indireta, uma lição de casa. Estudar melhor tais práticas e tentar colocá-las nas nossas empresas, ou pelo menos, mostrar ao desenvolvedores que tais práticas existem.
Aumentando a produtividade em testes de sistemas usando Six Sigma – Caso Real – Fátima Mattos EDS/ Brasil
A palestra da Fátima mostrou como que a sua equipe fez para tentar aumentar a produtividade da fase de teste em 20%, utilizando para isso o Six Sigma, que é uma metodologia estruturada com foco na melhoria contínua.
A sua equipe enfrentava um grande problema de não encontrar o testware, por ele não está armazenado de uma maneira fácil a ser consultado.
Para superar esse problema ela usou o DMAIC, que defini 5 passos para a melhoria contínua: Definir->Medir->Analisar->Melhorar->Controlar.
Após todo o esforço realizado pela equipe, eles obtiveram um ganho de 93% na produtividade. E a solução adotada foi a criação de um repositório de conhecimento, o que aumentou em 127% o uso do testware.
Após a palestra da Fátima Mattos, houve o show de encerramento, com direito a samba e o pessoal da ALATS sambando no palco (esse é o Brasil!, tudo no final acaba em samba, faltou apenas uma pizza).
Bem pessoal, aqui encerro a cobertura do BRATESTE 2009, espero que vocês tenham gostado.
Mas esse não é o fim, ainda irei fazer um post com a minha conclusão sobre o evento. E já posso adiantar que elas foram excelentes! 🙂
Quem quiser fazer o download das apresentações do BRATESTE 2009, segue abaixo o link:
http://www.mediafire.com/file/4ol4yz5nmin/Palestras – BRATESTE 2009.zip (22.34 MB)