Ocorreu entre os dias 26 e 27 a RubyConf Brasil, o maior evento de Ruby na América Latina. O evento foi no Centro de Convenções Frei Caneca, aqui em São Paulo. E nós da Voice Technology estivemos lá. 🙂
A seguir, segue as nossas impressões sobre a RubyConf 2010.
Organização
A organização da RubyConf foi muito boa, vários pontos merecem destaque:
- A presença de uma “mestra de cerimônias”, para coordenar as trocas de palestras e dá os avisos, que ficou praticamente na sala 1, enquanto o Fabio Akita ficou na sala 2, cumprindo muito bem o papel também;
- Coffee Break bem organizado, o único problema era o pouco espaço do saguão, frente a tantas pessoas que foram (a RubyConf LOTOU!);
- As tradicionais Booth Babes da Locaweb (rs) que ajudaram nas horas das perguntas e do credenciamento.
Além disso, a localização do evento foi bem acertada, por ser perto do metro e como foi dentro do Shopping Frei Caneca, na hora do almoço, havia várias opções de restaurantes.
Palestras
Foram muitos palestras e não tem como falar sobre cada uma, mas vamos dá uma visão geral de como foram as que a nossa equipe participou (houveram duas trilhas).
A RubyConf começou com o keynote do Fabio Akita, onde ele deu uma visão geral sobre “ecossistema” em volta do Ruby, principalmente falando sobre Rails e a sua jornada como evangelizador de Rails, contando como ele começou com a linguagem e o framework e também citando as pessoas que fazem a diferença na comunidade, como por exemplo, o brasileiro José Valim, que é membro do core team do Rails.
Depois do keynote do Akita teve um excelente coffee break, onde o pessoal pode fazer o networking, e várias pessoas referências da comunidade estavam presentes na RubyConf.
Após o coffee havia duas trilhas de palestras e nossa equipe foi assistir a palestra do Yehuda Katz na sala 1, que falou sobre o uso de javascript do lado servidor e do cliente, dando boas dicas sobre como usar de forma eficiente. E também falou sobre o desenvolvimento do jQuery e SproutCore, dando boa enfâse na parte da performance do Sproutcore.
A palestra do Chris Wanstrath, co-fundador do Github, foi dada pelo Scott Chacon, que também é da equipe do GitHub. O tema da palestra foi o Resque, que é um sistema gerenciador de jobs em filas, que é uma boa alternativa para trabalhar com a execução de vários jobs e a distribuição deles de forma paralela.
O Resque é um projeto desenvolvido pelo próprio pessoal do GitHub para ajudar eles a processarem o grande volume de jobs do próprio GitHub. Após utilizar vários sistemas de filas, como por exemplo, o Delayed Job, eles acabaram optando por desenvolver o Resque , que hoje já conta com várias empresas utilizando ele e vários plugins.
Após o almoço, houve a palestra do José Valim, onde foi abordada as mudanças que o Rails 3 trouxe e o que será implementado na versão 3.1, que deverá sair em dezembro desse ano. A palestra foi muito boa, e deu pra perceber que o core team do Rails, está atuando fortemente para tornar o Rails cada vez melhor, tanto na parte da performance quanto na melhora do código em si, se preocupando bastante em deixar mais DRY e também mais modularizado e assim, flexível.
Logo após a palestra de José Valim, na sala 2 o tema era “Integrando o iPhone com Ruby on Rails + Geração de gráficos com Ruby on Rails”, apresentada por Pedro Franceschi.
Mais do que o tema, talvez o que chamou bastante atenção foi o palestrante: um garoto de apenas 14 anos que ganhou notoriedade desbloqueando aparelhos da Apple como Iphone e Ipod touch. Interessado em programação desde os oito anos de idade, atualmente, Pedro trabalha em uma empresa de tecnologia no Rio de Janeiro desenvolvendo aplicativos e jogos para diversos produtos da Apple.
Durante a palestra, apesar da pouca idade, o garoto mostrou bastante conhecimento técnico e desenvoltura em sua apresentação, mostrando e explicando códigos em Ruby on Rails de aplicativos que rodam no celular.
Na segunda parte da palestra, Pedro apresentou diversas gems utilizadas para gerar gráficos, explicando as vantagens e desvantagens de se utilizar cada uma dessas bibliotecas.
A palestra do Ricardo Panaggio e Thiago Pradi, foi sobre as suas experiências na RubySoC e ocorreu em paralelo com a do Pedro, na sala 1. Foi bem legal a palestra, deu pra entender bem o intuito de se participar de um evento como a RubySoC, onde o participante tem que contribuir com algum projeto open-source, seja uma solução própria, ou a melhoria de algo, e poderá receber até $5.000 pelo trabalho no projeto open-source. Ou seja, além da oportunidade de aprender MUITO e contribuir com a comunidade, o participante ainda irá receber por isso. Um ponto bem bacana que foi falado, foi que a participação em projetos open-source é uma ótima maneira de aprendizado, e não só no que tange a linguagem de programação, mas como também no uso do inglês e do trabalho e comunicação em conjunto, principalmente pela forte interação entre o participante e o seu mentor.
Depois da palestra do Ricardo e do Thiago houve o coffee break da tarde e logo após o coffee a última palestra do dia, do Lucas Húngaro onde ele compartilhou os seus conhecimentos sobre Rails.
O tema da palestra do Lucas parecia bastante interessante, mas logo no início deu para perceber que a apresentação foi feita as pressas e que não foi feita nenhuma prévia para verificar os slides no projetor.
Foi praticamente impossível acompanhar a apresentação pelo telão, pois a cor escolhida para o fundo foi um roxo tão escuro e a fonte em preto que tornou impossível ler qualquer coisa pelos slides. Lá para o fim da apresentação, o palestrante resolveu das um jeito na fonte, mas isso não impediu a platéia de gritar alguns comandos e atalhos para ver se dava uma forcinha ao Lucas.
Mas basicamente a palestra falou um pouco sobre algumas gems utilizadas e recomendadas, tais como: query_reviewer e rails_indexes para otimização e performance de banco de dados, oink para profiling e kasket e cachy para caching.
Além de abordar técnicas e soluções para problemas em rails, sugestões como utilização de checklists durante o desenvolvimento como uma boa forma de adquirir bons hábitos e se o projeto está difícil de ser testado em isolamento ele está mal projetado e deve ser revisto.
A palestra abordou também temas como SOLID, programação defensiva e lei de Demeter.
E assim foi encerrado o primeiro dia, que foi excelente. Ainda teve depois a desconferência, com várias lightning talks, mas a gente acabou não assistindo, o que foi uma pena, pois pelos comentários no Twitter, foram excelentes.
Em breve publicaremos as nossas impressões sobre o segundo dia da RubyConf. Fique de olho no Ensinar. 😉
Autores:
Bruna Oliveira
Daniel Sakuma
Fabrício Campos
Glaucia Mekaru
William Nishio